sábado, 26 de maio de 2018

Texto complementar sobre o Amor e o vínculo Familiar


Olá Pessoal!

Hoje iremos dar continuidade ao tema de amor/relação familiar. Primeiro vamos retomar a reflexão proposta! O que nos leva a tratar pessoas desconhecidas melhor do que as pessoas conhecidas?

Quando estamos em um ambiente social, repleto de desconhecidos, temos as chamadas leis sociais. Elas incluem diversos perfis de comportamento, regras e condutas estipuladas. E nesse contexto, a obediência de cada indivíduo varia conforme sua personalidade e diversos fatores sociais, porém, temos a tendência a sermos muito mais dóceis em público, especialmente com desconhecidos.

Nunca se perguntaram o motivo pelo qual, em um dia de cansaço e irritação, ao sermos abordados por um desconhecido e sermos questionados sobre algo o tratamos bem? E se, em seguida, por motivos semelhantes, somos rudes com nosso cônjuge (filho, irmão, etc.)?

O que faz o sujeito que você não conhece ser merecedor da ternura na fala e não o indivíduo que você diz amar? Talvez porque na intimidade do vínculo você se permita ser quem você é? Isso é bom, em partes... Bom porque te dá espaço para vivenciar o seu verdadeiro eu, mas até que ponto esse “Eu” não precisa de uma reforma íntima?

A intimidade e transparência no sentimento não dá a ninguém abertura para a aspereza, nem pode ser usado como desculpa para agressões de qualquer natureza. Ela permite encontrar no outro um espaço propício para diálogo e recuperação do bem-estar. A intimidade permite abrir o que sente, sem invadir ou violar os limites do outro, muito menos faz do outro um “saco de pancadas”.

Com isso em mente, devemos analisar até que ponto o verniz social não é uma máscara, não só para sentimentos abafados, mas um chamado para uma personalidade imatura. Até que ponto não estamos escondendo a necessidade de crescimento pessoal?

Quando falamos na família, vemos muitas situações como as citadas acima. Pessoas que no seio familiar possuem comportamentos tirânicos, dominadores e agressivos. Em contrapartida, são socialmente consideradas presenças extremamente afáveis e cheias de ternura.

Ao entrarmos em contato com nossa intimidade podemos ver, se abertos para a experiência, a verdadeira razão para nossos atos. Se nos despirmos de nossa vaidade e egoísmo iremos perceber que muitas de nossas ações são movidas por motivos diferentes do que imaginávamos, ou afirmávamos. Nestes instantes nos deparamos com a necessidade da reforma íntima, assunto que já possui um post específico no blog e pode ser acessado clicando aqui.

Ao adentrarmos o campo da reforma íntima iremos começar um processo de renovação. Neste processo iremos permitir a nós sermos quem somos e aos outros de realmente nos conhecerem. Como disse, sem fazer ninguém de alvo para ataques ou projeções! A pessoa quando está disposta ao crescimento irá falar, mas também irá ouvir. Irá buscar entender o outro, seus motivos e intenções, da mesma forma que irá expressar os seus, criando assim um ambiente propício para o entendimento (de ambas as partes).

Fazer isso com a intenção de expressão e transparência, buscando um espaço propício ao acolhimento e amparo, jamais com a intenção de fazer com que o outro aceite, ou acate os desejos e demandas. Quando você busca entender (não dominar) o outro, os padrões de julgamento e as suposições se enfraquecem e a harmonia começa a se instalar, as conversas se tornam mais calmas e a relação se torna mais equilibrada.

“Ah, mas eu tentei e o outro não coopera! ”. Isso também é um sinal de desordem no outro. Cada um tem um tempo... não esqueça que tudo começa quando nos dispomos a olhar para dentro de nós mesmos e entendermos/aceitarmos que temos um lado negativo abafado, que muitas vezes é a fonte de muitos motivos pelos qual lamentamos. E isso dói! Dói saber que somos responsáveis pelo nosso sofrimento e, às vezes, parar para juntar as forças para mudar demora.

Por isso, deixe claro que há possibilidade de diálogo e espaço para a compreensão e amparo, não há necessidade de forçar a situação. Você expôs ao que pensa inicialmente, dê tempo para o outro digerir a situação e comece a transformação nessa relação com passos lentos, para que a experiência possa realmente ser vivida e transformadora.

Com o tempo e persistência, a harmonia se instala. Pode sim haver um sofrimento na transformação, mas a borboleta também luta para sair do casulo, não é mesmo? Perseverança na intenção de buscar a concórdia dentro do lar é essencial! Afinal de contas eles são (no contexto espírita) nossos vínculos mais necessários de atenção, como foi mencionado no post sobre o livro “Nossos filhos são Espíritos”. (Quem quiser se aprofundar nesse contexto, já tem post sobre isso - Clique aqui)

Aplique isso no contexto familiar, no trabalho, com suas amizades ou em relação a você mesmo (mais importante) ... tenha paciência e abertura para esta experiência de se tornar transparente. Busque falar, mas também ouvir. Trabalhe a capacidade de entender o outro, como insiste no entendimento de si próprio. Essa empatia é uma habilidade que exige constante trabalho ser desenvolvida, mas que trará muitas recompensas.
 
Espero que vocês possam desfrutar dessas reflexões e transformar o cotidiano familiar de vocês, primeiro melhorando a relação de vocês consigo próprios e depois com seus cônjuges, filhos e pares. Quem quiser compartilhar nos comentários as suas experiências, fique à vontade! A troca de experiências é sempre um incentivo para os outros e uma forma de reforçarmos para nós mesmos os nossos esforços!
Até a próxima!

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Amor e o vínculo familiar


Olá pessoal!

Hoje vamos falar sobre o amor familiar. Como é de costume, acho interessante separar e definir cada um destes conceitos.

O que é o amor? A resposta para esta pergunta vem sendo discutida desde muito tempo. Já na Grécia antiga os pensadores classificaram 7 tipos de amor, sendo eles o amor Philautia (amor por si mesmo), Pragma (“amor voltado para o compromisso” ), Ludus (“amor descontraído”), Eros (paixão e desejo), Philia (amor “filial”, de amigo), Storge (amor de pais para com os filhos) e por fim o mais belo e puro, o Ágape (amor universal).  

Dentro de um núcleo familiar, como veremos adiante, podem ocorrer manifestações de todas estas matizes, com maior ou menor intensidade, ou até mesmo não haver sentimento de amor percebido, veremos também este desdobramento a seguir. Mas antes vamos definir a família.

O que é a família? Existem muitos conceitos, desde os mais tradicionais aos mais abertos e, literalmente, comunitários (família comunitária). O conceito mais geral é que a família é um conjunto de pessoas que estão unidos por laços consanguíneos ou por afinidade, não vou aprofundar nestes conceitos vistos que eles, por si só, são temas para discussão.

Agora que temos o conceitos básicos de amor e de família, podemos criar um conceito ideal e utópico da função de uma família. Idealmente, a família, é um grupo de pessoas que têm por objetivo a proteção, confiança, segurança, afeto e consideração mútua. Nessa família ideal há um diálogo sincero e maduro, buscando o crescimento individual, que deriva do convívio social mais íntimo. Ela não é isenta de conflitos, mas eles são vistos como situações reais e recebidas em um ambiente propício ao diálogo acolhedor.

Na visão espírita, de forma resumida, a família é formada por espíritos que podem já ter vivido no passado, em outras vidas, de forma harmônica ou não, podendo até serem completos estranhos, vinculados por necessidades espirituais afins. Por este motivo, na Doutrina Espírita, se explicam as afinidades e inimizades que brotam no núcleo familiar, recebendo é claro influências diversas de desenvolvimento social, individual, etc.

Nessa perspectiva (Espírita) a vida terrena tem função educacional e evolutiva, assim a família é o grupo apropriado e mais necessário de atenção, referente ao nosso desenvolvimento pessoal. Neste núcleo estão os Espíritos que mais temos necessidade de estarmos próximos pelas necessidades espirituais, seja por pendências passadas, para dar apoio às más tendências (função instrutiva), reafirmar laços de afeto problemáticos ou até mesmo aprender a amar um velho desafeto, que se vinculou como um irmão ou filho, dentre outras muitas possibilidades.

Quem nunca viu aquele pai que tem um vínculo indescritível com sua filha? Ou aquele filho que tem a maior doçura do mundo para com sua mãe? Diversos podem ser os arranjos que poderiam se formar nessa trama de amor/desafeto.

Estes diversos quadros podem aproximar ou distanciar, dependendo de como AMBAS as partes lidam com ela, recebendo influência direta de seu aprimoramento moral, intelectual, emocional e, consequentemente, espiritual.

Nesses casos vemos pessoas unidas por sentimentos gratuitos, que nascem muitas vezes nas dificuldades. Vemos também, muito comumente, no mesmo grupo uma figura que contrasta, pelo conflito e rebeldia. A mesma criação... mesmas oportunidades... diversos motivos para um quadro harmônico semelhante, mas que espanta pelo contraste. Sujeitos que semeiam o caos e a discórdia dentro do próprio núcleo, com intensos sentimentos de egoísmo, possessividade e carência.

O “filho problema” não deve ser rechaçado, deve sim ser ouvido e entendido. A pequenez existencial se expressa de muitas formas, uma delas é a revolta e a destruição. Em seu turbilhão interno e sem ter um ponto de apoio, descontrola-se e acaba por desorganizar o ambiente que se encontra, para tornar este ambiente um espelho de sua intimidade. Esse comportamento é claramente percebido em crianças na 1ª infância (até os 7 anos), persistindo até o final da vida se não for reformada essa característica pessoal.

A infância é o momento apropriado para “guiar o voo”, demonstrando que há a um ambiente acolhedor e que irá auxiliar na resolução do problema. Nas etapas seguintes do desenvolvimento, com a personalidade se constituindo cada vez mais sólida, se torna mais trabalhosa a reforma íntima, porem não impossível.

Para encerrar esta primeira parte eu gostaria de fazer uma proposta para reflexão. Todos nós temos o convívio familiar e um convívio social externo, com amigos e demais membros da sociedade. Certo? Por que tratamos os desconhecidos com mais educação do que tratamos os mais íntimos, especialmente o núcleo familiar?

No texto complementar sobre o amor familiar, próxima postagem, vou discutir o acolhimento em relação as situações problema associando a visão espírita à uma escola de pensamento da psicologia,essa reflexão e seus desdobramentos.

Eu gostaria de fazer uma nota pessoal neste momento. Imagino que os leitores que possuem uma leitura técnica de escolas de pensamento da psicologia devem estar trazendo diversos questionamentos sobre o que escrevi. Entendo que há o behaviorismo, a psicologia cognitiva, existencialista, a psicanálise, entre outras, que tratam sobre o desenvolvimento do sujeito e seu vínculo com a família. Porém o propósito deste blog é fazer as análises sob a visão espírita, sempre que possível associa-las ao conceitos técnicos externos à Doutrina no momento adequado para a discussão. 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Texto Complementar da Ilusão

Olá, Pessoal!


Dando continuidade ao tema ilusão, conforme mencionado no post anterior, chegou a vez de falar da ilusão que criamos em relação ao outro e a ilusão que aceitamos do outro. Quem de nós em algum momento já não viveu alguma dessas situações? Acredito que todos nós já sentimos o peso da realidade logo após termos criado/aceitado tais ilusões.

Todos temos os nossos sonhos e anseios particulares, que podem ou não acabar tornando-se cristalizações. Alguns desses sonhos, tão doces, acabam tornando-se ilusões que moldam nossa vida, no geral afetiva/social. Nesse contexto criamos amigos e cônjuges “perfeitos”, e no geral, o contexto de perfeito é o que atende todas as nossas necessidades (característica infantil, certo?).

E assim começa o ciclo de sofrimento, tanto para quem criou a ilusão, quanto para o ser que foi tragado para dentro dela. Quem criou a ilusão constantemente se debate em tentar ajustar a pessoa em seu ideal, recebendo a frustração como alguma injustiça, como se não fosse merecedora de tal suplicio. Já o ser que foi englobado na ilusão sofre pois constantemente recebe a pressão de inadequação e necessidade de mudanças, para que possa agradar o outro. É ou não é a receita para um problema?

A relação estabelecida acaba virando uma troca de golpes, um cabo de guerra; não sendo raro ouvir, ao chamar da realidade os conhecidos chavões: “Nunca imaginei que passaria por isso!”, “Não imaginei que estava criando a cobra dentro de casa”, “O príncipe (ou princesa) virou sapo”, entre outros. Lembrando que por relação, entende-se qualquer interação social.

De qualquer forma, os ideais devem servir apenas como base moduladora dos atrativos. Os sonhos e ideais falam muito mais da pessoa que sonha do que do “objeto de desejo”, pois reflete o interior da pessoa. Para alguns a sinceridade é algo essencial, para outros ter dinheiro para viajar é indispensável e a sinceridade se torna superficial. A beleza física, ou até mesmo o quão “descolada” uma pessoa é em determinado grupo social, predominam sobre as características de uma personalidade minimamente saudável. Em ambas as situações há um reflexo do ser que deseja, e consequentemente de seu crescimento interior.

Quando iniciamos um vínculo com alguém –lembrando que me refiro ao social, podendo ou não se estender aos vínculos estritamente românticos- devemos lembrar que assim como nós, aquele individuo possui uma individualidade própria. Nessa individualidade existem gostos, desgostos, traumas, anseios, esperanças e medos, assim como em você.

_Ah! Mas eu sei disso! - Por que então que não conseguimos experienciar de forma natural e espontânea as relações? Por que entramos no infantil ciclo de cobranças e exigências? Por que o egoísmo e a imaturidade emocional falam mais alto? A resposta para isso está em nossa própria falta, em buscarmos no outro o que nós mesmos deveríamos nos proporcionar, compreensão e aceitação.

Como poderemos exigir de alguém compreensão e aceitação se fugimos de nós mesmos, de nossos sentimentos? Como poderemos pedir que alguém nos aceite como somos se usamos das mais diversas desculpas para justificar nossos comportamentos viciosos? As relações humanas ainda são muito cruas em sentido de vivência real, de entrega. Poucas delas são vividas de forma espontânea e integral, relacionando a personalidade integral dos sujeitos, em suas matizes positiva e negativa.

Atualmente, com a facilidade de envolvimento proporcionado pela tecnologia com aplicativos e redes sociais, o ser humano é tratado como algo descartável, onde só é levado em consideração características superficiais. Porém, não devemos nos surpreender com a facilidade dos encontros, pois se tivéssemos maturidade poderiam deles surgir amizades e relacionamentos engrandecedores, devemos sim nos preocupar com a facilidade de descartar e apagar as pessoas de nossas vidas, na menor contrariedade ou oportunidade de “algo mais vantajoso”. Isto sim denota a imaturidade e pequenez interior.

De qualquer forma, as ilusões (e imaturidade)  acabam por privar a nós mesmos da oportunidades de criar vínculos harmoniosos pela falta de um olhar consciente e da empatia. Um olhar consciente em um vínculo é entender que, assim como nós, o outro tem sua individualidade e oscilações emocionais. Já a empatia permite colocar-se no lugar do outro para que haja uma aceitação e suporte, entrar no mundo do outro. Isso nos faz tratar o outro com maior gentileza e doçura. Ou alguém gosta de ser tratado de forma grosseira? Se a resposta for não, seria interessante pensar duas vezes antes de rebater de forma áspera os diálogos, pois o outro, provavelmente, também não gosta. Esse espelhamento é o começo da empatia.

Mas isso não é uma via de mão única, quantas vezes nós não aceitamos e participamos das ilusões alheias? Algumas delas nos é imposta quando somos ainda pequenos, ou você não ouviu diversas vezes na sua infância. “_Quando você crescer você vai ser ... né filh@? ou “_Filh@, homem/mulher não faz isso!”

Mas isso são apenas estímulos! Não podem ser tão prejudiciais! Peço que lembrem-se da individualidade. Alguns diferem entre o estimulo e a exigência, outros indivíduos se estruturam psicologicamente na ilusão de que devem agradar a qualquer custo para receber amor, e nesse contexto muitos sofrem por buscarem atender as demandas externas. E essas demandas não são poucas não é mesmo? E o mais doloroso... quem consegue agradar todo mundo se somos todos diferentes?

Existem diversos outros exemplos em que somos englobados na ilusão alheia. Ao entrarmos em um relacionamento vicioso, ao nos permitirmos vivenciar uma caminhada religiosa que não condiz com nosso real desejo interno, ao aceitarmos comportamentos ditados pela cultura mas que, ao olhar crítico, são comportamentos padronizados e completamente desprovidos de bom senso. Entre outros.

Seja qual for a ilusão aceita, de nós para o outro, ou do outro para nós, há uma privação em alguma das partes. Essa privação é grave, pois é a privação da espontaneidade, seja ela de comportamento ou emocional. Com a fixação dessas privações, o número tende a aumentar e o ser se sente sobrecarregado e desgostoso, amargurado, pois não encontra passagem para expressar a si mesmo.

Quando há um olhar consciente, o ser afasta-se ou limita suas relações para aquelas que lhe são sadias. Limitar no sentido de que ele conseguiu estipular até que ponto consegue lidar com as demandas externas. Ele se tornou consciente de si, de seus limites e da limitação de consciência do outro. Ele mantem a relação, só não mais se permite se subjugar à vontade alheia, optou por respeitar a sua individualidade.  Neste processo há um crescimento para ambos, pois ambos são tragados para a realidade, porém é possível que hajam atritos neste período onde ambos são removidos de suas zonas de “conforto”.

Quando ambas as partes percebem a realidade e a aceitam, um passo gigantesco foi dado em sua maturidade emocional. Finalmente ambos podem ser livres para serem quem são, e acima de tudo, se essa proximidade, essa intimidade, é real ou ilusória. Neste momento que poderemos perceber se temos afinidade ou não com aquela pessoa, pois será a partir daí que veremos quem ela realmente é, e não quem esperamos que ela seja.

Independe de qualquer coisa, deixemos nossas defesas, barreiras e ilusões de lado ao olharmos para o “mundo” de outra pessoa, não sabemos realmente o que se passa e nossas criações sobre isso não irão nunca condizer com a verdade. Permita-se ser e conceda essa mesma liberdade ao outro, só assim um vínculo saudável se formará. Atritos irão surgir, pois são “mundos” diferentes, mas até mesmo neles existe a possibilidade de crescimento. Que o vínculo seja avaliado pela quantidade de reciprocidade e empenho em buscar a harmonia e crescimento interno, pelos sorrisos compartilhados e, é claro, pelo apoio espontâneo que brota quando menos se espera e não no nível de perfeição idealizada.


Por fim, feliz daquele que se conhece e aceita até mesmo sua porção mais obscura, pois consegue lidar com ela de forma sadia. Somente assim podemos olhar para o outro (e para sua ‘sombra’) com o mesmo carinho que olhamos para nós mesmo. Acredito que se colocássemos isso em prática, teríamos vínculos harmoniosos e repletos de afetuosidade.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

A Ilusão

Olá pessoal!

Hoje iremos falar sobre a ilusão, mas antes de tudo acredito que é interessante que conheçamos a sua definição. A ilusão é um engano causado pela nossa mente e/ou nossa emoção, assim, a ilusão nada mais é do que um erro de percepção ou entendimento. Optei por este tema devido a atual situação da sociedade, não só brasileira, mas num sentido geral. Atualmente as pessoas estão vivendo, na maior parte de seu tempo, com sua atenção voltada à mídia e as redes sociais, as quais nos impregnam das mais diversas informações.

Quando nos deparamos com as redes sociais as primeiras informações que vemos, no geral, são bons momentos e com a mídia são as formas de proporcionar esse prazer e bem-estar. Essa demonstração de alegria e este estímulo são ótimos e muito saudáveis, desde que a manifestação seja sincera e não uma tentativa de afirmação de um sentimento inexistente. O compartilhamento destes momentos é saudável; o real problema, muitas vezes, é o que se esconde por detrás das fotos. A exigência pela constante felicidade.

 Quem não quer estar bem? Acredito que ninguém concordaria com esta pergunta. Todos querem e buscam estar bem o maior tempo possível, isso é natural. Porém, não podemos nos esquecer que sendo criaturas sociais e movidas por nossos instintos e percepções limitadas, nossa mente e emoções flutuam, oscilam, constantemente frente as situações de nossas vidas.

Tudo, absolutamente tudo, na natureza segue ciclos... das situações e fenômenos mais simples até os mais colossais. Por que para os humanos seria diferente? Além do ciclo que todos conhecemos, de nascer e morrer, temos muitos outros que vivemos diariamente, a todo momento. Ciclos físicos, como os hormonais; ciclos (e vícios) mentais, manifestações emocionais, entre outros. Como podemos exigir de nós mesmo (e dos outros) a eterna felicidade?

Em meio a estes ciclos, realmente feliz é aquele que tem consciência e paz. Consciência para aproveitar com toda presença e gratidão os momentos felizes e com presença e resignação os momentos de tristeza. A paz permite que nossos olhares sejam contemplativos, na alegria ou na dor, e quando estamos contemplativos podemos analisar as situações de uma forma mais serena, aproveitando todo o conhecimento que ela pode estar proporcionando.

Mas como posso manter a paz se estou sofrendo? A paz também surge da fé e na confiança em si mesmo; a fé que nos mostra que nos tempos que virão tudo poderá melhorar; e na confiança em si encontramos a força individual de superação. Existe uma diferença grande entre dor e sofrimento*. Você pode sentir a dor, sem cair em sofrimento; enquanto alguns irmãos, muito adoecidos emocionalmente, sofrem sem terem “real” dor, além daquelas que impõem para si mesmos.
Existem diversas formas de ilusão, as que criamos para nós mesmos, as que criamos em relação aos outros e também aquelas que aceitamos dos outros. Neste primeiro post do tema iremos abordar somente a ilusão individual e no texto complementar os demais.

Uma das primeiras ilusões sobre si mesmo começam nos sonhos de infância, quando criamos nossos ideais profissionais, afetivos, pessoais, etc. Estes sonhos são basilares e impulsionam, tem seu lado positivo, porem se tornam prejudiciais a partir do momento em que nos tornamos rígidos em segui-los, dependendo do nível de realização possível.

Algumas pessoas crescem criando ideais fora da realidade e se frustram em não os alcançar, caindo em ressentimento e amargurando-se frente a vida. Outros distorcem, mentalmente, sua própria realidade frustrada e vivem nas diversas fantasias, aparentando algo que não é real, internamente pois não se sentem felizes e externamente porque nem sempre o que é exibido condiz com a real condição do sujeito. Essa auto ilusão, além de ser prejudicial, afasta o indivíduo de si mesmo, ele perde a sua individualidade.

Diversas são as formas de ilusão individual, seja ela a busca descabida pela perfeição (em qualquer nível), onde a pessoa extrapola o limite para atingir o que não está, momentaneamente, em suas forças. Quando já não se julga perfeita, o que dificulta ainda mais o crescimento e consequentemente o convívio dela com outras pessoas. O crescimento, pois, está completamente fechado a possibilidade de ter algo a melhorar e a convivência pois irá buscar fazer de todos sua imagem e semelhança, entrando em padrões de julgamento intoleráveis, conflitando constantemente com os que estão a sua volta. Quando se percebe neste padrão, acaba por cair emocionalmente em padrões de auto cobrança e humilhação interna, saindo de um extremo ao outro.

Outras formas de ilusão e defesa emocional são as procuras constantes da satisfação interna em buscas materiais. Quantos não vivem em função dos constantes prazeres e amortecimentos físicos. Alguns buscam o prazer do orgasmo a todo momento, pois aquele momento de prazer os retira momentaneamente do vazio existencial, gerando um ciclo de luxúria infindável na eterna busca pelo constante bem-estar. Outros buscam a compensação nas conquistas materiais, seja para demonstrar o poder ou para acorrentar pessoas em sua dependência, tornando-se um tirano, ou fonte de abuso, de outros indivíduos, não raro tão imaturos quanto ele (sintonia? Sim.).

Existem ainda os que buscam os escapes da realidade no mundo das drogas e das bebidas, entorpecendo completamente os sentidos. Além destas, poderíamos enumerar ainda diversas outras formas de defesa. Infelizmente, julgam-se felizes os alienados que fogem ao próprio crescimento.
Sempre que utilizamos uma defesa mental ou emocional, nos afastamos de nós mesmos. Por quê? Porque algo real que brotou de nós não foi vivido, não revelamos uma porção de nós que brotou tão espontaneamente. O sorriso é vivido de forma plena pois nos gera prazer, a lagrima nem sempre é vivida, mas gera crescimento e muitos preferem oculta-las.

Sejamos sinceros neste momento. Quantos de nós, em momentos de felicidade e bem-estar lembra-se da reforma intima e do crescimento individual, internamente falando? Poucos. Só nos lembramos da nossa fragilidade e necessidade de crescimento na dor, e geralmente para demonstrar revolta. Não é mesmo? No atual momento evolutivo do globo terrestre ainda precisamos dos momentos de dor para crescermos pois facilmente ignoramos o crescimento em momento de alegria. Precisamos das dores particulares para despertar em nós a consciência individual, precisamos das catástrofes coletivas para despertar a compaixão e a consciência coletiva, tudo isso devido ao atual nível de maturidade do ser humano.


Quando uma situação nos gera sofrimento, significa que algo em nós não teve força para aguentar a situação com serenidade, nos revelam nossas fragilidades, portanto as situações conflitantes podem ser oportunidades únicas de fortalecimento. Neste contexto a dor é sempre uma poderosa aliada, ela que fará de nós seres humanos mais fortes e conscientes de nós mesmos e consequentemente daqueles que nos cercam. Antes de entrarmos em padrões de auto ilusão, lembremo-nos da nossa condição de aprendizes na Terra, como meros viajantes de uma caminhada curta, quando comparada a eternidade. 

Que possamos experimentar essa jornada terrena em todas as suas matizes, suas formas e seu colorido, mesmo quando os “tons” não estiverem ao nosso agrado, lembrando sempre que cabe a nós mesmos mudarmos a nossa realidade e não fugirmos dela. 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Reforma Intima

A vida é um ciclo, tudo esta em constante transformação e em meio a esta eterna condição a humanidade está em constante modificação, crescimento, atualmente se percebe que o intelectual está em destaque.

Mudanças ocorriam antigamente de forma precária e vagarosa, atualmente com tantos recursos disponíveis as mudanças são constantes e a adaptação é complicada e retardada por diversos fatores, sejam eles financeiros, psicológicos, profissionais, entre outros. Mas se observarmos o desenvolvimento intelectual do ser humano, iremos perceber que o mesmo não ocorre com nossa moral.

Muito se discute sobre a ética, diversos problemas e toda a sua gama de variáveis são constantemente discutidos, porem pouca mudança se percebe em relação aos comportamentos, ou seja, o conhecimento fica nos livros, não passam de palavras mortas.
Por que é tão difícil fazer o que se discute, acadêmica e religiosamente, como bom? Por que é tão difícil fazer o bem?

Se analisarmos veremos que a teoria é simples, que oportunidades não faltam e que o que esta em falta realmente é a força de vontade, pois nem sempre ser bom é bom. Deixe-me explicar esta frase.
Em muitos momentos fazer o que é certo pode nos prejudicar, em alguns momentos temos que abdicar de desejos, anseios, fazer sacrifícios. Sim, ser bom da trabalho! Jesus dizia: “Orai e vigiai”, pois devemos estar em constante análise do que se passa dentro de nós, batalhando constantemente contra nossas más tendências.

E por que é tão fácil desenvolver as chamadas falhas morais?
Porque elas têm sua fonte nos instintos naturais. É natural do ser humano ser egoísta, pensar primeiro no seu bem estar e depois pensar no outro (quando pensa). É instintivo também atacar quando se sente acuado, é um reflexo, mas que se não dominado se torna ira. São instintivos também o desejo de obter o melhor, quem sabe algo que o outro possui e que lhe falte, brota então a cobiça e a inveja.

É fácil desenvolver as falhas morais quando nos deixamos levar pelos instintos, pois não precisamos fazer esforços, estamos em nossas zonas de conforto. Só não podemos nos esquecer de que o instinto é animalesco e a razão que deve predominar o homem que se deixa dominar a todo instante por seus impulsos, em nada se difere das bestas selvagens, que não raro fazem “o mal” para sobreviverem, diferente dos homens que se cobrem de necessidades inúteis para seus prazeres.

Estando em nossas zonas de conforto, a tentativa de sair dela gera assombro, espanto e é normal ter medo do desconhecido, em especial, quando temos que olhar para nosso lado ruim ou para alguém que não seja nós mesmos. Sair dessa zona de conforto é uma passagem do instinto para a razão, que conciliada com sentimentos e valores nobres resultam no que chamamos de reforma intima.

Essa transformação não é fácil e existem diversos impedimentos e barreiras, como o comodismo, pois como já foi dito é mais fácil ficar como está do que ter o esforço de mudar, pois exige tempo, energia, dedicação e disciplina. Tem-se também como barreiras a negação e a racionalização, onde respectivamente, se nega a real condição de si como ser falho, essa barreira é erguida pelo nosso orgulho e nossa vaidade e a racionalização que faz com que o sujeito encontre desculpas/justificativas para seus comportamentos falhos pois tem a dificuldade de se colocar na condição HUMANA de falibilidade.

Enquanto preso a essas e outras barreiras o indivíduo se mantem, em geral, em sofrimento, seja ele físico ou moral. O sofrimento físico envolve qualquer forma material, desde o corpo até o campo financeiro e o moral que envolve sentimentos, ou seja, é subjetivo (peculiar de cada individuo).
Alguns se dizem felizes, mesmo sendo falhos. Anunciam seres egoístas, orgulhosos, invejam e cobiçam a céu aberto os tesouros e afetos alheios, enquanto mantem um sorriso estampado em suas faces. O que dizer dessas pessoas?
Elas podem ostentar sorrisos e se julgarem felizes, mas a serenidade interna não advém da alienação que os prende e sim da solidária reflexão que considera o outro como um irmão. Deve-se analisar com muita atenção este fator que pode, em alguns casos, revoltar corações que perseveram, ao custo de grandes sacrifícios no bem.

Muitas vezes as máscaras sociais escondem atrás de sorrisos, amargas lagrimas de um coração adoecido. Mas não me prolongarei neste ponto pois não é o tema central no momento, podemos apenas perceber que o bem e o mal lutam constantemente dentro de cada um de nós.

Observando por este espectro, por que algumas pessoas trazem desde a infância tendências boas, ou seja, tem alguma facilidade de fazerem o bem enquanto outras trazem ervas daninhas presas no coração? Iluminarei esta reflexão sob a luz da Doutrina Espírita (proposta do blog) para auxiliar na explanação.
Para poder compreender esta pergunta, temos que levar em conta a pluralidade das existências, o objetivo do homem na Terra e as escalas evolutivas, tanto espiritual quanto dos mundos.

Dentre os diversos mundos existentes, temos a Terra, que é classificada como mundo de provas e expiações, ou seja, o mal e o sofrimento ainda imperam, tendo-se já o inicio da ascensão moral.
Nestes mundos temos espíritos realizando suas provas e expiações, onde em geral aprendem através do sofrimento, mas vemos também Espíritos realizando suas missões, onde deixam diversos exemplos de luz e que mesmo em possível sofrimento, deixam pegadas que servem de caminho para irmãos que buscam esta mesma luz.

Pode-se perceber também que na Terra temos uma enorme gama de Espíritos, das mais diversas escalas evolutivas, Espíritos ainda imperfeitos e os considerados bons, e dentre eles temos que dar destaque a Jesus de Nazaré, um Espírito puro que veio deixar seu exemplo e que até hoje é seguido por sua maravilhosa obra.

Mas por que todos estes Espíritos se encontram por aqui?
Lembremo-nos da razão da vida na Terra, a depuração espiritual, o crescimento moral e intelectual. Ninguém vem a Terra para “passar férias” ou fazer o mal, cada um de nós, bons e imperfeitos, temos planos e esperanças de melhora, porem os imperfeitos ao regressarem ao corpo físico têm muito forte ainda a raiz da ignorância e do mal e não raro cedem aos impulsos do instinto, enveredando novamente para as sombras. Seja qual for o caminho que optar, deve o sujeito se lembrar das leis universais, e neste caso dar atenção especial a lei de ação e reação.

As leis universais são regras que permeiam a TODOS indistintamente, não levando em consideração sexo, cor, confissão religiosa ou qualquer atributo escolhido/ inventado pelo homem, que ao classificar didaticamente mais criou barreiras do que conhecimento, pois se lembrem que cada individuo esta sujeito à reencarnação e estes títulos e diferenciações de nada tem para com os Espíritos, pois além da reencarnação modificar esses padrões, na pátria espiritual somos todos iguais sendo levado em conta apenas os méritos e as virtudes conquistadas.

E dentre as diversas leis existente, devemos refletir nossos atos e pensamentos sob a lei de ação e reação, que fará com que recebamos em troca exatamente aquilo que realizamos. Cada atitude, seja ela boa ou má, feita publica ou intimamente, é uma emanação que foi feita para o universo e que irá ecoar e retornar para nós, nesta ou em outra vida, sejam as ações boas ou ruins, seja um mérito por uma boa ação que é recebida com bem aventurança ou como uma expiação pelo prejuízo causo a si e à outrem, que se manifesta geralmente como sofrimento.

Sendo a Terra um mundo de provas e expiações, não raro realizamos más escolhas, pois no nosso grau evolutivo ainda guardamos as más tendências em nós e recebemos o sofrimento como moeda de pagamento.

É comum mal dizermos o sofrimento, mas se observarmos estamos na maioria das vezes recebendo as consequências de um ato que realizamos em algum momento. E quando não realizamos, podemos volver nossos olhos ao passado e tomar esse suplicio como uma prova de perseverança no bem e como aprendizado de paciência e tolerância, pois essa é a função do sofrimento, nos fazer refletir, analizar nossos atos e nossas vidas em um sentido mais amplo e então tomarmos escolhas melhores e ascendermos na escala evolutiva, buscando a felicidade dos espíritos bons e puros.

Seria tão fácil se aprendêssemos somente por amor, mas é raro nos momentos de alegria não nos tomarmos de orgulho, vaidade e nos acomodarmos e nos esquecermos de Deus, então vem a dor para nos lembrar que devemos constantemente entrar em um estado de observação interiores e entrar em contato com a divindade.

Observando os momentos de maior mudança na vida de alguém, geralmente ocorrem após um grande choque emocional, bom ou ruim, sendo comum quando o sofrimento é levado ao extremo.
Quando o sofrimento nos assola podemos nos acomodar e deixa-lo preso a nós, podemos nutri-lo e deixa-lo tomar nossa paz interior, nos revoltarmos e/ou buscar vingança ou o mais difícil, mas mais meritório de todos, lutar pela melhora intima, buscar reflexões edificantes, encontrar motivos para a resignação e paciência, iniciando assim a jornada da transformação.

Quando se inicia a jornada da mudança, o mais difícil é juntar força para dar o primeiro passo, pois quando sofremos estamos, no geral, em um estado de esgotamento. Podemos juntar essas forças para o primeiro passo de diversas formas, através de exercícios de meditação e respiração, da oração que é para os espíritas a forma mais recomendada, até mesmo através de medicamentos, lembrando que estes apenas mascaram um sintoma e são relativamente inúteis em relação à causa do problema se não estiverem em conjunto de praticas psicoterapêuticas, porque a função do medicamento é dar condições para o individuo lidar com o problema e não faze-lo desaparecer e temos a opção da busca de crescimento e edificação interior, que pode ser feita através de leituras renovadoras e até mesmo no atendimento fraterno nos Centros Espíritas.

Quando se da os primeiros passos, nem sempre é fácil, tanto pelo cansaço das batalhas travadas como pelo medo da mudança, mas algo que devemos ter em mente é que a vida é cíclica e nem a felicidade, nem o sofrimento são eternos, e que logo estaremos renovados e com maiores condições de gerir a própria vida com paz interior, que é na Terra, uma das maiores conquistas. Por quê?

Porque quem tem a paz interior não se deixa atribular, e quando eventualmente perde o equilíbrio logo o recupera, retornando ao sentimento de bem estar para encarar a existência terrena.
Quando se tem a paz interior é fácil de contenta-se com o que se tem e aceitar mais facilmente as intempéries da vida, o que não podemos mudar ou obter. Neste processo começamos a aceitar a vida como ela é e então nos percebemos já trilhando o caminho da renovação.

Em conjunto deste processo de aceitar a vida como ela é, começamos a aceitar o que temos de bom e mal em nossos próprios corações. Mas sem sentirmos vergonha por nossas falhas e sim entendendo que estamos na condição humana e que a transformação, a mudança depende apenas de cada um de nós, a evolução é algo pessoal e não podemos fazê-la pelo nosso próximo.

Ao aceitarmos a nós mesmos, começamos a nos humanizar e quando isso ocorre o outro também é visto como alguém que possui sentimentos, anseios, virtudes e falhas, vê o outro como humano, como irmão, neste estágio diversas virtudes estão encontrando campo fértil para se desenvolverem, entre elas a humildade pois vemos que somos todos iguais, independente de qualquer coisa, nos tornamos mais compassivos porque reconhecemos no outro o nosso sofrimento e como desejamos que nosso sofrimento desapareça, desejaremos o mesmo ao nosso irmão, desenvolvendo a indulgencia e a solidariedade, aqui já conquistamos uma grande mudança positiva em nossas vidas.

Nem sempre é fácil se manter neste proposito, as vezes precisamos abdicar de certos “prazeres” mas após ter sido feita a escolha de perseverar, é comum nas inundarmos de serenidade e bem estar.
Mas eu faço tudo e continuo sofrendo, por quê?

A dificuldade de aceitar as intempéries e os sacrifícios que devem ser feitos para se tornar uma pessoa melhor está intimamente ligado com uma mudança interna. Lembra as falhas que todos carregamos e que têm raízes profundas em nosso ser? Pois então, remove-las nem sempre acontece sem dor e muitas vezes queremos mudar mas queremos deixar a erva daninha no jardim, insistindo em manter os vícios e falhas da alma, isso se da pelo nosso orgulho, nossa vaidade e egoísmo.

Ai está o mérito da mudança, quando conseguimos agir corretamente e isso nos traz alegria e não mais tristezas e sofrimentos é o sinal que a batalha interna está começando a pender para o lado virtuoso, ou seja, estamos nos tornando pessoas de bem.

Ao nos tornarmos pessoas de bem, não caiamos na ilusão que jamais sofreremos e que a vida se tornará um mar de rosas, pois o objetivo da vida na Terra, como já foi dito, é o aprendizado e na categoria em que nos encontramos podemos sofrer no processo. Mas a maior recompensa, que faz o homem de bem manter o sorriso é a consciência da transitoriedade dos acontecimentos da vida, bons e ruins, ele se mantem firme nos momentos de dor, perseverando no bem e se preenche de gratidão nos momentos de alegria.

Essa consciência, junto à paz que vem dos bons atos, da harmonia que brota no interior gera a renovação, que nos faz, pouco a pouco, vitoriosos em nossos aprendizados. Se nos momentos de batalha interna cairmos na duvida, lembremo-nos das palavras do mestre: “Amai a Deus acima de tudo e o teu próximo como a ti mesmo, fazei ao teu irmão o que desejaria que ele o fizesse”. Com esta frase sairemos de qualquer duvida que possa impedir as escolhas corretas, que nos levam a nossa reforma intima.



Biografia consultada
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos - FEB, Rio de Janeiro, 1994.
KARDEC, Allan - O Evangelho segundo o Espiritismo - FEB, Rio de Janeiro, 1995.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Resumo - Nossos Filhos são Espíritos

Olá Pessoal!

Este mês irei expor o Resumo do livro Nossos Filhos são Espíritos, de Hermínio de Miranda. Apesar de tentar manter a essência do livro ao resumi-lo, aconselho que os que gostarem do que aqui está exposto, em adquirir o livro para terem na íntegra o maravilhoso conteúdo exposto, afinal de contas, minha falha percepção pode ter deixado passar algo que irá se fazer notar aos vossos olhos.

Nossos Filhos são Espíritos

No livro, Nossos Filhos são Espíritos, Hermínio Miranda aborda diversos aspectos do Espírito, incluindo o nascimento, o planejamento espiritual da encarnação e a responsabilidade paterna, como a do próprio Espírito em sua trajetória terrena, o esquecimento da vida pretérita e até mesmo a mediunidade infantil. Aborda temas como o aborto e a adoção e o nascimento de filhos deficientes de maneira muito bem fundamentada. Transcreve pesquisas científicas que relatam experiências de regressão, até fenômenos de comunicação sensória dos bebês. Reforçando no final de 29 capítulos a importância da religiosidade na vida do individuo, assim como o valor da prece. O livro é enriquecido com embasamentos científicos, relatos e exemplos pessoais e de outros, que aceitarem se colocar como exemplo neste livro carregado de saber.

No primeiro capítulo, olhos de ver e olhos de olhar, o autor relata sua própria experiência ao se tornar pai. Referencia o medo que sentiu ao ver sua filha, frágil e delicada, assim como o despreparo pela sua tenra idade. Demonstra a preocupação da missão e da responsabilidade que o aguarda e fica clara a ansiedade que se fez presente em sua vida neste determinado momento. Deixa claro também o aprendizado que foi, de maneira geral, ter tido seus três filhos.

Em Coisas para desaprender, introduz ao leitor como foi para ele seus primeiros passos como pai, descrevendo a quantidade de leitura em relação a recém nascidos, porem de uma visão física e a escassez de conhecimento espiritual sobre o assunto. Em sua busca a conhecimentos espirituais, percebe que o espírito recém encarnado é um espirito adulto, limitado a um corpo ainda débil e imaturo, preenchido por tendências pretéritas que irão afetar seu desenvolvimento e forma de levar sua vida.

Neste capitulo deixa claro que os pais apenas criaram o invólucro físico, ou seja, o corpo da criança e não seu Espírito, criação está, divina. Fazendo uma leve e superficial explicação da responsabilidade dos pais e do vinculo paterno, que será aprofundada em outro momento.

O autor relata a responsabilidade dos pais em relação a importância de guiar os filhos de forma correta, demonstrando a eles através dos exemplos e da boa instrução os caminhos dignos a serem seguidos. Assim como a importância do vinculo saudável entre pais e filhos, que se da através do carinho, da compreensão e da conversa saudável.

Em reordenar o pensamento, disserta sobre a imperfeição do Espírito encarnado na Terra, em geral, frisando que o recém nascido, a criança, também o é. Retira do leitor a idéia de que a criança é um ser puro e insere a visão de que é um ser, que quando ainda na infância, é facilmente “moldável”, deixando clara a importância do trabalho dos pais neste período. Em relação a este período “moldável” da criança, relata que em seus primeiros anos, a criança, é mais espiritual que física, o que explica as lembranças infantis de acontecimentos passados. Esse processo diminui com o passar do tempo, e no final da infância a criança já é mais “presa” ao mundo físico.

Responsabilidade, mostra a importância de um planejamento prévio em relação a se ter um filho, assim como a responsabilidade de ser pai, e ter que receber nos braços um novo ser vivo. Neste capítulo, é bem destacado que desde a fecundação, o embrião já é um ser humano e merece o direito a vida. Esta vida nova, não é um jogo do acaso, por mais que venha em um momento inesperado ou não planejado, e não se deve odiar o feto, pois deve-se ter em mente os reajustes que se tem a realizar com o Espírito que irá encarnar, sejam estes reajustes bons ou ruins. Em relação a estes reajustes e a vinda do bebê, vários fatores podem influenciar. Físicos como a intervenção dos pais como o aborto. Espirituais pois o Espírito que irá reencarnar, pode influenciar negativa ou positivamente a gestação e a própria espiritualidade pode interferir na gestação de diversas formas.

O aborto, é discutido em Um frasco de Veneno, onde é tratado como um assassinato premeditado, tendo em vista que o embrião não tem chances de se defender e é impiedosamente despedaçado e merece e tem o direito a vida. O aborto é uma transgressão grave as leis divinas, que permitiram ao Espírito retornar para seu progresso e que teve sua chance vetada. A reparação em geral é dolorosa e muito penosa para todos os participantes do aborto.

No capítulo, Hoje ou daqui a muitos Halleys? O autor defende a verdade que expõe no livro, seja ela espírita ou não. Menciona trabalhos científicos da Dra. Hellen Wambach, sobre regressão, para auxiliar em sua confirmação.

O detalhamento dos trabalhos da Dra. Wambach, onde relata os diversos aspectos que foram observados nos processos de regressão é visto em Nascer é que é o problema, e não morrer. Nestes processos fica clara a preferencia em morrer à nascer que os indivíduos tem. A vida é vista como um dever e encarada como uma provação. Nestes trabalhos além da preferencia pela vida espiritual, é marcante que o desejo do Espírito ao reencarnar é a melhora espiritual e jamais os interesses mundanos, mesmo que ao encarnarem se “corrompam” e se transviem. Os relatos mostram também que é muito comum que as relações próximas, também o foram em outras encarnações.

Nestas relações próximas, é feita a pergunta Para que nascemos?. O retorno ao corpo físico é visto como um aprendizado que se fará com estas relações. Sejam de forma serena e suave entre espíritos afins, ou de forma conflitante, tomando um aspecto de prova e/ou expiação. Nestas relações alguns conseguem fazer parte do que foi programado em seu “roteiro”, outros se perdem, adquirindo as mais diversas dividas perante as leis divinas.

A forma física que será tomada nesta nova etapa é feita de forma planejada e em raros casos é feita de forma compulsória, em casos de urgência. Durante a formação do corpo físico, o Espírito, entra em estado de latência espiritual, apesar de estar ligado ao embrião desde o momento da fecundação somente se acopla completamente ao corpo aproximadamente aos 6 meses. O fato de estar ligado ao corpo desde o momento da fecundação, faz com que ele receba toda e qualquer vibração que seja a ele direcionada, seja ela de amor ou ódio. O autor afirma que o Espírito recebe todas as sensações do aborto, motivo pelo qual, além da perda da oportunidade que lhe foi concedida por Deus pode acabar gerando um processo obsessivo.

Em relação a esta nova etapa, essa nova jornada, encontramos alguns que são deixados em casas de apoio, por diversos motivos, se desenvolveram então as Reflexões para a Adoção. Em alguns momentos da programação espiritual, se fazem perceptíveis algumas inconveniências, diversas, mas que afetam o curso de existência do Espírito que irá encarnar. A ansiedade do Espírito é uma dela, onde toma de forma compulsória o corpo que não estava previsto. O autor cita o exemplo de um Espírito que “toma o corpo” do primogênito, sendo que lhe estava destinado o do segundo filho, só que o sexo dos bebês era diferente e isso gerou diversos inconvenientes. Nestes casos a espiritualidade fornece complexos auxílios, que tem diversas formas de se manifestarem.

Neste capitulo também se faz menção ao assunto de quando adotar e quando auxiliar. A adoção deve ser feita em casas lares, preparadas para este fim. Em casos de ter conhecimento de uma família carente, disposta a dar a criança é preferível o auxilio, mantendo a criança onde está, pois a retirada do local pode também gerar inconvenientes. O autor cita exemplos diversos.

No décimo capítulo, “Bem, Vamos lá!” o autor retoma os relatos da Dra. Wambach, em relação ao desprazer do nascer, citando diversos relatos das sensações desagradáveis que os recém-nascidos tinham. Fez-se perceber o altíssimo grau de consciência e sensatez que o Espírito demonstra naquele momento.
Esse alto grau de consciência que o recém-nascido é apresentado em Mistérios do Processo de Comunicação, onde o autor apresenta o nível atávico de consciência do infante, feita através de dois canais, gerando uma comunicação oculta que é apresentada, Segundo Watson como linguagem universal da vida e pela Dra. Wambach como telepatia ou comunicação através dos sentimentos. Foram citados experimentos de Watson que provam esta comunicação entre vegetais e animais.

Ao perceber a importância da comunicação, fica claro que É conversando que nos entedemos. A comunicação auxilia o papel dos pais como mentores de seus filhos, corrigindo lhes as tendências negativas e reforçando as positivas. Não é incomum encontrar pais cobrando dos filhos atitudes adultas, maduras. Mas a criança tem a experiência para saber a responsabilidade e a importância do que está fazendo? Em muitos casos o pai simplesmente diz: Porque sim! Ou da uma explicação superficial sobre o que quer dizer, nesse caso a criança não compreende o contexto e não percebe a gravidade de seus atos. A inexperiência é suprida de duas maneiras, ou experimentando, o que a criança faz, ou sendo passada através de uma conversação clara, adulta, sincera.

Ao tomarmos à atitude de uma conversação clara e objetiva a criança, em geral, se apropria do que lhe foi passado e coloca o aprendizado em prática. Isso gera na criança uma renovação e uma melhora como sujeito.
O autor relata em Experiências e observações de uma jovem mãe, a história de uma mãe com seu filho, onde a comunicação teve forte influencia no desenvolvimento de seu filho desde o ventre. A comunicação se deu, sempre, de forma positiva, clara e amorosa. Se no inicio a linguagem da criança é sensorial, é importante o sentimento que se impregna ao se comunicar, conforme a criança vai se desenvolvendo o que é importante, além do sentimento é a clareza e a verdade no ensinamento, pois a criança avalia o que lhe é passado e ao se desenvolver, seu senso critico se intensifica.

Neste capítulo o autor também relata a importância de se passar instruções para a criança no estado de sono, pois o Espírito neste período se encontra em temporária e limitada liberdade, o que lhe facilita o entendimento.

Apesar de algumas lembranças da infância, em geral, não devemos lembrar-nos dos eventos que vivemos no plano espiritual ou de vidas passadas. Este assunto é abordado em, Só esquecemos aquilo que sabemos.
O esquecimento é de extrema importância, pois permite que o Espírito realize suas obrigações terrenas sem a interferência de afetos e desafetos passados, que em geral estão a sua volta, em especial no núcleo familiar. Mas eu nasci entre inimigos? Bem provável que sim. É no núcleo familiar que temos grande parte de assuntos inacabados. A família é como um campo de provas. Claro que podem nascer em um mesmo núcleo familiar Espíritos afins, porem geralmente se tem organizações que tem como função restabelecer o equilíbrio que foi alterado em momentos anteriores.

Porém, existem, algumas Pessoas que se lembram do esquecido. O autor relata alguns casos, uns extraordinários aos meus olhos, mas ele frisa principalmente tratar estes fenômenos com naturalidade, aceitar a fala da criança, mostrando a ela que se aceita o que é passado.

Esse fenômeno é extremamente comum, e Não é trágico ser médium. A mediunidade infantil é muito comum, pois até se consolidar algumas estruturas psíquicas da criança e ela se acoplar (como Espírito) de forma intensa no corpo físico, ela está bem presente no plano espiritual, e isso permite que os fenômenos aconteçam de forma mais intensa.

Esses fenômenos nas crianças, em geral são temporários. Conforme o desenvolvimento físico eles desaparecem. Em casos raros, a mediunidade acompanha o sujeito durante sua vida. Durante este período se deve ter compreensão e paciência, pois não é fácil para a criança, que não tem conhecimento da “estranheza” do que se passa com ela, ser tratada de forma incomum.
 
No capítulo Dom Bial e seu amigo Blatfort, o auto relata a história de Flávio, uma criança que desde bebê tinha recordações de suas vidas passadas, entre elas traumas e lembranças bem conflitantes. Flávio era portador de uma mediunidade muito forte e tinha como companheiro um Espírito guardião que o acompanhou até certo período. Além da clara visão, ele era intuído pelos “amiguinhos” (os Espíritos se apresentavam em forma infantil) sobre fatos que iriam acontecer.

De inicio estes fenômenos causaram grande estranhamento na família de Flávio, mas com a busca de entendimento se fez perceber a naturalidade dos fenômenos, se iniciaram diálogos claros, instrutivos com a criança, o que facilitou o convívio de todos.

Esse convívio, se da não só na família, mas com o passar do tempo na escola, creche, etc. Neste instante vem à tona A debatida influencia do meio. Neste capítulo o autor reforça a responsabilidade dos pais no desenvolvimento da criança. Sabe que o meio influencia as tendências positivas e negativas da criança, mas frisa que é responsabilidade dos pais acompanharem e guiarem este processo. É de primordial importância que o exemplo, e não somente a fala, da vivência evangélica se faça presente no lar, pois a criança aprende mais pelo exemplo do que pela fala.

Mas e quando a família recebe em seu seio os Filhos Deficientes? Acima de tudo, e para começar se deve inspirar a resignação nos corações que receberam este Espírito. O amor e a dedicação devem ser redobrados, pois não incomum é a condição de devedores destes irmãos, pois a deficiência é vista como uma reparação por transgressões pregressas.

Eles podem ter a condição física debilitada, porem a sua percepção se encontra intacta e são merecedores do maior respeito por parte de todos que o cercam, sendo banhado de carinho apesar das tribulações iniciais e compreensíveis que os pais enfrentam no inicio.

O livro traz o Dramático depoimento de um Espírito, que mostra todo o planejamento reencarnatório feito, levando-se em conta as transgressões pregressas e as fraquezas que devem ser impedidas de se desenvolverem, fraquezas estas que fizeram com que o sujeito se mantivesse no caminho correto outrora.
Não é muito incomum, em momentos de dificuldade a separação dos pais. Este fato é ilustrado em um relato denominado A menina que chorava na calçada. O capitulo trata sobre a real necessidade de um casal se separar. Relembra a questão reparadora e fortalecedora que é gerada nos relacionamentos. Ação reparadora quando regida com bases amorosas e com uma convivência no mínimo agradável.

Quando por ação da separação, ou por motivos de tendência do próprio Espírito, se apresentam tendências negativas, o autor relata em, “Não é preciso torcer o pepino” a importância da disciplina paterna, do amor nas relações, principalmente com os pais e sua relação como mentores. Sem essa guia correta, é difícil para a criança manter-se firme no trajeto que traçou no plano espiritual.

Ao tocar no tema do plano espiritual, o autor introduz a Presença de Deus onde incentiva a busca pela religiosidade, porem não faz apologia à religião alguma, apesar de deixar clara que sua confissão religiosa é o Espiritismo. Neste capitulo comenta também a importância de se deixar claro a pluralidade de credos para as crianças, tutora-las perante elas e explicar a importância da fé raciocinada e faz a crítica ao fanatismo. Conta sua própria história em relação a sua vida religiosa, onde teve uma clara liberdade de escolha.

Seja qual for a confissão religiosa que nós escolhemos, o importante é saber Como conversar com Deus. Somente através da prece sincera que chegamos a altos níveis de consciência e nos aproximamos da divindade. É importante um momento de oração entre a família, no caso do autor comenta o hábito do Evangelho no lar, onde ensinou desde sempre seus filhos o valor da oração feita com o coração.

O autor tem um Pós-escrito que virou capítulo, onde conta uma história pessoal em relação a sua vida religiosa com sua mãe, que apesar de compreensiva, era extremamente católica. Deixa para o leitor uma comovente mensagem psicografada de sua mãe para ele. Neste capítulo ele comenta também a importância que damos aos “rótulos”, de nossa necessidade de se enquadrar em uma categoria, necessidade humana essa que deriva da nossa ânsia de se sentir parte de algo.

Aproveitando a mensagem de sua mãe, o autor aborda o tema da morte quando fala Do estado sólido ao gasoso. A morte é tratada com naturalidade, mas se comenta a normal aflição e o sofrimento que é gerado após o desencarne de alguém que se tem afeição. Deve-se levar em conta, durante e após este período de desligamento que a alma é imortal, isso auxilia muito na aceitação do ocorrido. Abordando a morte se faz presente a questão da comunicação espiritual.

Quando perdemos um ente querido, buscamos saber deles noticias, porem a regência destas comunicações é feita com regras bem elaboradas e não a partir da vontade dos encarnados, que em geral estão movidos pela revolta e pelo pesar. Em alguns momentos podemos ou não receber essas mensagens, afinal de contas o intercâmbio se da de lá para cá, mas de qualquer forma, recebendo ou não, devemos nos manter resignados e ter fé de que os entes que hoje estão do outro lado do véu, estão seguindo seus caminhos conforme os tenham planejado.

Nos três últimos capítulos o autor se despede, dizendo ao autor, Até um dia!, onde sintetiza de forma simples e rápida o que o livro abordou. Explica o Ofício de viver, onde bota em dúvida o caminho da vida, e a busca que se deve ter pela renovação sempre. E comenta emocionado o Diploma de pai que recebeu em 91 de sua primogênita. Este diploma repleto de emoção, carinho amor e reconhecimento é o comovente fechamento que encerra este maravilhoso livro.

 Referência Bibliográfica
MIRANDA, Hermínio C. Nossos Filhos São Espíritos. Bragança Paulista – SP: Lachâtre, 2005.


sexta-feira, 3 de maio de 2013

Resumo - Educação dos Sentimentos

Olá Pessoal!

Irei postar o primeiro resumo do blog, com o intuito de auxiliar na montagem de palestras diversas, principalmente para palestras na Casa Espírita. O resumo foi feito com as minhas próprias palavras, segundo meu entendimento.

Referência:
CAMARGO, Jason de. Educação dos Sentimento. 10. Ed. Porto Alegre: Letras de Luz, 2009.


Educação dos Sentimentos


Parte 1 – Autoconhecimento

Capítulo 1 – Educação do Espírito

O conhecimento permite o desenvolvimento da moral. Já a maldade, segundo diversos autores, é gerada pela ignorância. Alem da maldade, a ignorância gera o egoísmo, que se dissolve e vira solidariedade quando aliada ao saber. Educação e fé racionais, geram mudanças conscientes e bem fundamentadas nos sujeitos, o que gera uma sociedade mais equilibrada.

Ao agir de acordo com as leis divinas desenvolve-se, no Espirito, as virtudes gerando consequentemente a felicidade. Ao agir de maneira contrária as leis divinas o sujeito se permeia de vícios, de todas as espécies, gerando para si e para os outros a infelicidade.


Ambos os caminhos, dependem somente do sujeito e de seu livre-arbítrio. Assim como as consequências que advêm sobre ele. Como diz André Luiz “A semeadura é livre, a colheia, obrigatória”.

Capítulo 2 – Evolução Humana

O indivíduo é composto, basicamente, por espírito, períspirito e corpo. O Espírito, é o principio espiritual, de matéria extremamente sutil, que necessita do períspirito para se manifestar no corpo físico.


O períspirito, é o elo entre o Espirito e o corpo. De matéria menos sutil que o Espírito, mas ainda sutil em comparação a matéria, serve de veículo que permite o Espirito se manifestar no corpo. O períspirito permite as manifestações mediúnicas, pois é maleável e composto de energias vibráteis, assim como é responsável pelas funções mentais superiores – atenção, hábitos, sensação, percepção, memória, etc. -. Os hábitos podem com o tempo se tornarem condicionamentos se trabalhados de forma rotineira. A persistência e perseverança podem transformar os hábitos em virtudes.

Ambos, Espírito e períspirito, evoluem em conjunto, desde o caráter mais denso quando o mais sublime, alternando da escuridão para adquirir um caráter iluminado. Inicialmente o homem era composto apenas por instintos, que foram se especializando, tornando-se emoção e posteriormente sentimentos.

Os instintos variam em intensidade e intenção, conforme o sujeito se ilumina e se depura. A inteligência é o meio de iluminação e condução do instinto. Quanto maior a inteligência menos o individuo irá agir instintivamente.

Os sentimento são a proporção máxima desta categoria, demonstrando o patamar evolutivo do individuo e seu grau de evolução, a depender dos sentimentos que exterioriza.

Alem dos sentimentos, podemos encontrar no sujeito o psiquismo, que é composto por consciente, inconsciente e superconsicente. O consciente é a porção que interage com o meio externo, coordena o movimento, que processa as informações e as organiza.

A porção inconsciente, é dividida em três partes, sendo elas:
· Inconsciente puro: porção divina do sujeito, que carrega em si a fagulha iluminada e sutil.
· Inconsciente passado: contêm as informações das experiências de vida so sujeito (vidas passadas) e que é, segundo Jung, o inconsciente coletivo.
· Inconsciente atual: é o inconsciente Freudiano, que contêm as informações atuais do sujeito, que estão recalcadas.

O superconsciente é a porção da intuição, mas a intuição sublime, a inspiração que flui dos bons espíritos. Os considerados gênios na Terra, tinham o superconsciente aberto a essas energia.
O consciente, o inconsciente – 3 niveis – e o superconsciente, manifestam-se no sujeito em seu campo energético.
Os homens tem como característica a consciência de si mesmos, o pensamento logico, continuo e retrógrado, a memoria e é capaz de fazer associações. Os animais se diferem dos homens por este fator. Os animais estão ainda em processo de individualização e são merecedores de respeito, amor e carinho.

Capítulo 3 – Heranças do Passado

O homem deve cuidar da sua espiritualidade, mas não deve esquecer que o corpo físico é instrumento de crescimento e aprendizado. Durante muito tempo se dividiu o corpo e a mente, estudando-os de forma dividida e sem perceber suas interferências diretas um sobre o outro.

Atualmente se sabe a relação que a mente tem com o corpo. A influencia que uma emoção tem sobre o aparelho fisico, ao liberar diversas substancias químicas no corpo, podendo trazer bem ou mau estar.

O inconsciente afeta o consciente do sujeito, quanto melhor for a vivencia (atual e pretérita) mais iluminada e sutil será a energia do individuo, permitindo que desfrute de sentimentos mais elevados. Já se vê o oposto em relação aos que cultivam as baixas vibrações e os vícios em si, que são carregados de pérfida energia e de sentimentos, no geral, deletérios.

No inconsciente se encontram as experiências, e com elas viemos para a presente encarnação com tendências, gostos e preferencias, que mantivemos fortes em nós. Ao nos depararmos com determinadas situações, elas reverberam em nós, e criam atrações que podem levar o individuo a ter boas ou más inclinações. Quando más, somenta a boa e firme vontade pode conduzir o sujeito a uma modificação, que será inicialmente árdua, mas que com o tempo se tornará agradável pelo mérito.

Capítulo 4 – As emoções

As emoções, são a parcela inicial do que o homem primitivo sentiu. A emoção é a especialização do instinto. As emoções brotam instantaneamente e se fazem perceber antes mesmo do raciocínio lógico. Temos 5 emoções básicas, que dão origem as demais emoções que podemos experimentar, sendo elas:

· Alegria
· Tristeza
· Afeto
· Medo
· Ira

As emoções nunca se manifestam sozinhas, em geral se misturam e dão características novas, formam outras emoções e se fazem distinguir em tempo e intensidade. As emoções afetam diretamente o corpo, pois além de causarem impressões mentais, causam também reflexos físicos, que são manifestações químicas ou psicossomáticas das emoções.

Capítulo 5 – Vontade e Sentimento

A vontade, é a capacidade do individuo de manter-se firme em um propósito estabelecido. Os sentimentos, são a especialização da emoção, quando ela se torna mais sutil e mais perceptível, além de duradoura.

Quando obtém conhecimento, o individuo percebe, em muitos momentos que age de forma errônea. Consegue se aperceber de erros, em geral percebe dos outros, de conduta e inicia um processo de questionamento. Neste questionamento e nessa observação, percebe que a mudança é necessária e para essa mudança se manter firme e poder se cumprir é necessária a vontade.

Quando tem o conhecimento e a vontade de mudança, chamamos esta vontade de vontade inteligente. Que conduz o sujeito a melhora de forma consciente e lhe permite perceber as mudanças do seu comportamento e do meio que o cerca.

Quando na observação das vicissitudes, o homem se apercebe delas em si e pode, ao contrario de desejar mudar, esconde-las, até de si mesmo. Encontramos ai, os mecanismos de defesa, sendo eles:

· Repressão: onde o individuo expulsa da consciência esse pensamento doloroso.
· Negação da Realidade: Busca evitar o pensamento, ou nega saber informações que poderiam faze-lo perceber a realidade como ela é.
· Projeção: Vemos no outro, características que nos são próprias.
· Racionalização: Sempre que buscamos uma desculpa, uma justificativa, para nosso comportamento inadequado.
· Deslocamento: Transferir o afeto de um objeto/sujeito para outro.

Todos possuímos os mecanismos de defesa, apenas contrastamos em intensidade. Sujeitos que tem estes mecanismos em uma intensidade muito alta, é sugerido acompanhamento psicológico.

Parte II – Os Sentimentos

Capítulo 6 – O Perdão

Jesus, divino exemplo de conduta, foi a virtude encarnada. Suas atitudes deixavam claras as manifestações de suas palavras. Em relação ao perdão temos o exemplo da mulher adúltera, que marcou o exemplo de Jesus entre muitos outros, nos quais ele fez uso do perdão.

Ao optar pelo perdão, o individuo pode encontrar muitas dificuldade. No geral, encontramos dificuldade em trabalhar uma virtude, o que aumenta o desafio e a necessidade de uma vontade firme. Em contrapartida aumenta o mérito que teremos conosco e com as leis divinas.

Quando se tem firme a vontade e se opta pela pratica do perdão, com o tempo se torna um hábito. Passamos a ver algumas situações que em outros momentos nos seriam caóticos, com a serenidade de um pai ao observar um filho fazer traquinagens.

Quando percebemos que somos falhos, permitimos aos outros também o serem. E se podemos perdoa-los, merecemos também o perdão. Mas lembremos sempre da justiça, de medir a todos, inclusive a si mesmo, com a mesma medida.

Ao se exercitar o perdão, o rancor diminui, o desejo de vingança se atenua e desaparece, a ira constante que faz o coração febril e deixa a mente perturbada viram ilusão, até sumirem no passado. Livre destes sentimentos, podemos desfrutar da paz interior, que por si só, já pode ser considerada a felicidade que a Terra pode proporcionar.

Capitulo 7 – A Caridade

Jesus deixou a máxima, “Fora da caridade não há salvação”. Com essas palavras percebemos a importância desta virtude em nosso intimo. Jesus a praticou de forma plena, com ricos exemplos de abnegação em favor do próximo.

A caridade material é importante, mas ainda mais importante é a caridade moral. Saber olhar o outro de forma simples e entender suas limitações, auxiliando sempre que possível aquele sofrimento escondido por detrás de um sorriso. Auxilio genuíno, que tem como objetivo auxiliar e não se faz perceber, deixando apenas a esperança e não a necessidade de gratidão por onde passa.

A verdadeira caridade não se faz perceber, é silenciosa e trabalha incessantemente. Nasce da compaixão, que permite inicialmente que vejamos os que nos cercam como irmãos e faz com que desejemos atenuar seu sofrimento. Que tomemos por nossa a dor de outro.

A importância dessa virtude é inestimável, e sua execução em geral é cercada de vicissitudes que a atenuam. Quando praticar a caridade sempre lembrar nas palavras do evangelho. “Que não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita” e lembrar também que “Aquele que buscar reconhecimento e méritos terrenos, terá que ter ciência das palavras de Jesus, “Os que fazem o bem com ostentação já receberam a sua recompensa”.

Capítulo 8 – Bondade e Humildade

A rigidez mental, conduz ao homem a inflexibilidade, que o impede de se tornar desejoso de mudança e de melhora. A rigidez tem como fonte o orgulho, que o ilude a se julgar possuidor da verdade.

Sentimento contrário ao orgulho é a humildade, que diferente do orgulho, faz com que o individuo se veja igual ao outro. A humildade diferente do que muitos pensam não é se botar abaixo de ninguém e sim não se botar acima. O humilde entende a igualdade que todos os seres têm entre si. Todos são compostos da mesma matéria orgânica, mudando apenas sua maneira de ser e seu estilo de vida. Estas últimas características são mutáveis então não podemos nos basear nela ao fazer julgamentos.

Todos são iguais perante as leis divinas e naturais, sendo inconcebível o tratamento distinto entre duas criaturas. Se as leis tratam todos com igualdade, não será nossa pequenez em tantos aspectos que nos fará diferente.

A bondade, é uma característica da humildade. A pessoa bondosa sabe que todos são merecedores de auxilio e ve a igualdade em cada um, não distinguindo quem irá receber seu auxilio por raça, confissão religiosa, orientação sexual, entre outros aspectos. A pessoa bondosa auxilia sem ver a quem, como fazia Jesus.

A bondade é “adubo” para muitas virtudes que fazem com que a alma brilhe e exale o perfume da beneficência, que encanta a todos.

Capítulo 9 – O amor

A lei máxima vivida pelo Cristo, ao dizer: “Amai o vosso próximo como a si mesmo”. E em outro momento ampliada para resumir toda a sua doutrina dizendo: “Amai o vosso Deus acima de todas as coisas e o teu próximo como a ti mesmo”. Segundo o Cristo, a sua doutrina e a de todos os profetas está contida nesta frase.

A humanidade evoluiu gradativamente da animosidade, onde os instintos imperavam, para a humanidade onde o pensamento lógico e o sentimento se mostram mais presentes. O homem que aje regido por seus instintos, de maneira animal, ainda é espiritualmente ignorante, mas digno de ser guiado para seu aperfeiçoamento.

O homem racional deve permitir que o sentimento que se burila conforme seu conhecimento se amplia, flua de maneira livre, para não se prender ao raciocínio sufocante que torna seu olhar frio perante o mundo. O desenvolvimento tecnológico facilitou o acesso a informação e a estudos em relação a sentimentos, que permitem reflexões e debates sobre eles. Ao se debater, se pode ampliar a visão teórica que possui, mas somente a vivencia do amor (e de todas as virtudes) que se mostra a prova do real entendimento.

O amor é a mãe de todas as virtudes, é a virtude essencial do reino angélico e permite que a tríade de trabalho seja realizada. A tríade é pensar, sentir, e agir no bem. Se aplicada de forma sincera, a tríade de trabalho, faz com que o individuo se torne uma pessoa de bem, e desde já um obreiro na ceara de Deus.

Parte III – O Desenvolvimento das Virtudes

O sofrimento inerente ao homem, se dá devido aos males morais que traz em seu interior. Estes males se dão principalmente pela ignorância e pelas más escolhas (atuais e pretéritas) que o individuo realizou.

Os males morais, associados ao nosso livre arbítrio, levam a escolhas que trazem dor e sofrimento ao sujeito. E em momentos de sofrimento o sujeito em geral tende a fazer más escolhas, que iniciam um ciclo sem fim de sofrimento. Ao se conscientizar, o individuo busca as virtudes, que têm função terapêutica que tem como resultado final a paz e a alegria.

Capítulo 10 – A Mudança de Paradigmas

O paradigma, nada mais é do que o padrão atual. Através do paradigma atual, próprio, o individuo percebe e filtra o mundo que o cerca, se abre ou se fecha a determinadas experiências e facilita ou dificulta o seu progresso e desenvolvimento.

A rigidez mental, faz com que o sujeito se fixe de tal forma a seu padrão que o impede de aceitar qualquer coisa que fuja do que é estabelecido por ele. Abrir-se a experiência do novo é muito difícil para quem tem um padrão mental rígido, seja ele relacionado ao que for (espiritual, profissional, pessoal, etc.).

Ao exercitarmos a flexibilidade, nos abrimos a idéias e a experiências diferentes das estabelecidas por nós. Essa flexibilidade favorece todos os campos da vida, em especial a criatividade, pois da subsídio para a mente refletir e discutir. Essa adaptação entre rigidez e flexibilidade é um processo difícil mas sempre que o sofrimento se faz presente, serve como sinal de que é necessária uma mudança.

Capítulo 11 – Auto Estima

A auto estima, nada mais é do que a auto imagem que o individuo tem de si. Essa imagem se forma de forma interna como reflexo do meio externo, e influencia a vida do individuo como um todo.

A influencia pode aumentar o desenvolvimento ou diminui-lo. A forma como o sujeito se vê é muito intensa e gera estímulos para atividades ou lhe priva de realiza-las, em casos extremos chegando a paralisa-lo perante diversas situações.

Quando a baixo estima se faz presente, o sujeito pode apresentar diversas qualidades mas irá se desmerecer delas e irá se manter num padrão inferior de desenvolvimento. Mesmo realizando atividades de alta qualidade irá se achar desmerecedor do crédito que está recebendo, pois ele não se vê merecedor de tamanho crédito.

A influencia da família na formação de uma auto iamgem é muito importante para o sujeito. A família deve perceber na criança os seus sentimentos, recenhece-los e através deste reconhecimento e de empatia auxiliar a criança a nomear seus sentimentos, estabelecendo uma relação baseada na confiança permitindo a criação de limites.

A criança que não recebe limites, se torna uma criança-problema, pois irá interferir na liberdade de outros para satisfazer suas próprias vontades, em geral, tomando atitudes desagradáveis e até mesmo más.

Quando é permitido que a criança problema se desenvolva livre de limites, ela se tornará um adulto-problema, que não irá demorar a encontrar dificuldades perante a vida, que diferente dos cuidadores, não irá dar a eles tudo o que desejam. Começam então as frustrações, os desapontamentos, as más escolhas e possibilitam a abertura a diversas patologias.

A auto estima se desenvolve com bons sentimentos, mas principalmente quando o sujeito confia em si mesmo, quando da o que pode em suas atividades e aceita que fez o que pode. Quando aceita a si mesmo como é inicia um desenvolvimento de amor próprio, que permite que se torne livre das amarras externas que até então interferiam em sua imagem e permite ver com clareza suas virtudes e suas falhas (que são reparáveis – todas), permitindo que inicie um trabalho de melhora com vigor e clareza.

Capítulo 12 – A Empatia

O ser humano tem como comum o processo básico de identificação. Ele tende a se ligar com maior facilidade ao que lhe da prazer, se vinculando também com mais facilidade a indivíduos que lhe assemelham a estes gostos. Quando se busca a empatia o sujeito deve perceber que apesar de suas preferencias, o mundo ao redor tem sua própria experiência e principalmente deve buscar entender que o corpo físico é apenas um veiculo do espírito.

A desidentificação é o nome deste fenômeno de “dissociação” com o corpo. O sujeito percebe que o corpo dói, mas que apenas o corpo dói e não o Espírito. O sujeito deve entender que o corpo e o Espírito são coisas distintas e não é o corpo em si. Quando apegado ao corpo o sujeito se mantem preso aos desejos materiais, dificuldade a sua jornada espiritual. Essa diferenciação é fundamental para a empatia.

Quando se percebe essa diferença, a um salto gigante no processo de autoconhecimento do sujeito, e quando já se tem a aceitação de si e a compreensão da falibilidade do ser humano, se desenvolve a solidariedade, virtude essencial para a empatia. Quando se tem solidariedade, o sujeito se bota no lugar do outro e com o passar do tempo começa a ser capaz de perceber sutilmente o que o outro está sentindo. É um processo que demora muito tempo para se aperfeiçoar.

Capítulo 13 – A Prece

Somos seres energéticos, irradiamos constantemente energia, vibramos. O individuo é constituído de um fluxo mental característico ao seu adiantamento moral. Se está espiritualmente adiantado sua irradiação será sutil, iluminada. Se for atrasado terá características materiais, densas. Se for mau terá características deletérias e sombrias. Essa vibração se modifica e é influenciada conforme o que o sujeito pensa, sente e até mesmo da forma com que age. O resultado desse processo se chama material mental. Esse material mental,é irradiado constantemente pelo sujeito, afetando além de si os que o cercam e portando as caracteristicas distintas que lhe compõe.

A prece é uma energia extremamente sutil, comporta uma energia extremamente elevada, quando feita com serenidade, humildade e amor. A prece feita em um momento de desespero, ansiedade, raiva, etc., terá seus efeitos retardados pois a energia densa irá impedir que a prece se sutilize e atinja os planos devidos.

Para se realizar uma prece, não existe um lugar especifico. Sua eficácia irá depender das qualidades que será imantada, do que o sujeito portar no coração no momento. A prece por si só, já eleva o padrão vibratório do individuo, facilitando seu contato com os planos mais elevados de existência.

A oração apresenta efeitos benéficos sobre os processos obsessivos, eliminando os padrões vibratórios deletérios que envolvem o sujeito, desenvolvendo nele e no obsessor padrões mais elevados (devido a sua ligação), auxiliando ambos no processo obsessivo.

No lar, auxilia na harmonia, dissolvendo os padrões de baixa vibração e na proteção, tanto do ambiente quando dos sujeitos, impedindo a entrada de entidades de baixo padrão vibratório que poderiam estar tentando “atacar” o grupo familiar.

A prece também auxilia, no equilíbrio geral do sujeito, mental e físico, reorganizando-o energeticamente no plano mental, eliminando os padrões preenchidos por vicissitudes atuais e pretéritas, auxiliando numa melhora do bem estar perante a vida. No âmbito físico, atua no sistema nervoso central, ativando a liberação de sinais químicos que irão auxiliar na recuperação e manutenção da saúde.

Capítulo 14 – A Meditação

O ato de meditar, faz com que o sujeito volte-se internamente para si, que se perceba e analise o que se passa em seu interior. A meditação, auxilia assim no processo de auto conhecimento, proporcionando também relaxamento e benefícios a saúde, diminuindo a intensidade das dores e doenças psicossomáticas e diminuindo consideravelmente o uso de drogas. A meditação tem seu aspecto espiritual, auxiliando o sujeito quando bem realizada no seu processo de desprendimento da matéria.

Algumas pessoas acreditam que uma vida meditativa, deve levar ao isolamento. A doutrina considera esta conduta egoísmo pois o sujeito volta-se somente para si e esquece dos irmãos em sofrimento que estão a sua volta. Jesus e todas as outras personalidades importantes, praticavam a meditação aliada ao trabalho edificante e tiveram o reconhecimento por suas obras.

Existem diversas técnicas meditativas. A Doutrina Espírita sugere a meditação reflexiva de Santo Agostinho, que ao findar de cada dia refletia sobre sua conduta e percebia em si próprio o que devia mudar, aliando-se a oração regenerativa em busca da assistência em prol de sua mudança. Deve-se fazer desta técnica um habito, a fim de poder usufruir ao máximo de seu potencial regenerativo.

Capítulo 15 – Assuntos Complementares

Desde o desejo de desenvolvimento da virtude, que se faz ativa no cotidiano que é repleto de oportunidades, os atos podem se tornar repetidos e virar então hábitos. Os hábitos vem naturalmente e se tornam intrínsecos no Espírito.

A doutrina espírita, auxilia o sujeito a se auto conhecer e incentiva a mudança. Ao mudar o sujeito se torna um exemplo, o espírita sabe que não pode mudar o mundo mas sabe que pode deixar seu exemplo e seu exemplo incentivar a mudança.